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DiVersos nº23 – «Poesia e Natureza» com paulo da costa, Reiner Kunze e Ricardo Lima

DiVersos nº23 – Destaque para o novo Dossier «Poesia e Natureza» com paulo da costa, Reiner Kunze e Ricardo Lima

Caso ainda não conheça a revista de poesia DiVersos aproveite esta oportunidade para a se encantar com este projecto que vai comemorar este ano o seu vigésimo aniversário de publicação e tradução. Um feito notável de compromisso e longevidade pela mão do sempre afável José Carlos Marques e da sua equipa.

SUMÁRIO

DIVERSOS – POESIA E TRADUÇÃO 23

Uma inovação na estrutura da DiVersos, a «etiqueta» POESIA E NATUREZA.

Neste número, os poemas de paulo da costa, Reiner Kunze e Ricardo Lima surgem com a etiqueta «Poesia e Natureza».

Tal não quer dizer que a temática destes poetas seja exclusivamente a natureza. Mas apenas que a sua poesia, pelo menos nos poemas aqui inseridos, tem a natureza como presença forte. E, claro, haverá poemas que, sem essa etiqueta, a poderiam ter. É já o caso neste número do poema «A ornitoptera», de Guido Gozzano.

paulo da costa enviou-nos há alguns anos vários poemas seus com essa temática, que interessa bastante ao editor. Daí surgiu a ideia de um número especial antológico da DiVersos centrado no tema, a elaborar em conjunto com paulo da costa. Por razões circunstanciais, a concretização revelou-se impraticável, assumindo a partir de agora a forma de publicação ocasional, quando oportuno, de poetas que dão destaque ao tema, ou nos quais, ainda que em filigrana, a natureza tem presença forte. É o que acontece neste número com os três poetas já mencionados.

A natureza foi desde sempre um dos temas predominantes da poesia universal e com especial força em algumas épocas. Modernamente, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, essa presença tem vindo a apagar-se, com o ser humano e os horizontes humanos a ocupar quase exclusivamente a boca da cena. Nas exceções, nota-se que, tanto ou mais que a admiração, a contemplação ou exaltação de épocas anteriores, se observa a par delas a consciência e o lamento da sua destruição pela civilização (ou barbárie) atual em grau historicamente nunca igualado. Contemplação, exaltação e requiem estão presentes nos três poetas com que se inicia esta etiqueta.

Alfredo Ferreiro abre este número, na sequência do nosso renovado interesse pela poesia da Galiza (ver n.º 21). O seu nome consta da lista de poetas traduzidos que inserimos em cada número. É apenas uma maneira de referir a inclusão de poesia em galego. Versão, mais que tradução. Segundo a opção deste autor, a sua é escrita de acordo com a norma linguística de âmbito lusófono.

Dentre os poetas traduzidos destacamos a poetisa búlgara Zlatka Timenova, que escreve também em francês, de ambas as línguas traduzindo-se a ela própria para português. A autora trabalha e vive em Lisboa. É apenas a terceira língua eslava que a DiVersos inclui em tradução e a primeira em búlgaro, seguindo-se ao polaco (uma única vez) e ao russo (várias vezes). Desta última língua, um dos dois tradutores anteriormente incluídos é italiano, traduz para português e mora em Moscovo.

A DiVersos é talvez a publicação de língua portuguesa que mais poetas gregos traduz. Neste número inserem-se poemas de Michalis Ganás, mais uma vez em tradução de Rosa Salvado Mesquita. Ganás tinha já sido incluído há alguns anos na DiVersos em tradução de Manuel Resende.

Acrescem ainda neste número traduções do neerlandês (Remco Camport) e alemão (Francisca Stoecklin e Reiner Kunze).

Em língua portuguesa temos presentes neste número poetas portugueses como Isabel Cristina, Jorge Reis-Sá, Paulo Borges, Paulo Malekith e Ricardo Lima, pela primeira vez. Quanto a Deodato Santos, a Luís Quintais, e ao poeta luso-canadiano paulo da costa, colaboraram já antes pelo menos uma vez nesta série.

E temos também, na nossa língua comum, poetas brasileiros. Dois poetas que começaram a publicar no terceiro quartel do século XX, Anderson Braga Horta e Aricy Curvello. Deste último, «O Acampamento» pode considerar-se um curto poema épico da fronteira florestal do Brasil. De um poeta mais jovem, que já antes figurou na DiVersos, Wladimir Saldanha, inclui-se entre outros o poema «O Terceiro Mar», para nós notável também pela tessitura entrelaçada de temas da cultura e da história brasileira e portuguesa. Continuamos ainda a publicar jovens poetisas e poetas brasileiros graças aos bons ofícios de Elisa Andrade Buzzo, desta vez Greta Benítez e Izabela Orlandi.

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